Corações selvagens
Entrevista com a Coordenadora do Centro de Equoterapia Curralinho
Itaberaí, Goiás. Em uma pequena propriedade rural, uma menina chamada Mônica teve a oportunidade de crescer em contato com os bichos, entre eles aqueles que seriam mais importantes para a sua vida do que ela poderia imaginar: os cavalos. É inegável a importância dos cavalos para a história da humanidade e, em um aspecto mais particular, na história da família daquela garotinha. A mãe de Mônica foi instrutora de equitação na Suíça. Seu pai, soldado da cavalaria do exército. Muitos anos mais tarde, Mônica Meyer, hoje presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Itaberaí, viveu um momento de depressão em sua vida e um dos cavalos da propriedade fez toda a diferença em sua reabilitação emocional. Mônica e sua mãe conversaram sobre como outras pessoas poderiam ser beneficiadas se tivessem a mesma ponte que Mônica teve acesso, o contato com a natureza, com os bichos - afinal, tinham vindo da Europa e sabiam bem que o continente é pioneiro na modalidade de equoterapia. O que faltava para o município de Itaberaí contar com essa terapia? Um espaço apropriado, e isso a família de Mônica tinha para oferecer. No ano de 2015 nasceu o Centro de Equoterapia Curralinho. com o propósito de oferecer uma modalidade terapêutica que pudesse associar a reabilitação à prática educacional e esportiva, instigando a motivação por parte do reabilitando - e claro, utilizando o cavalo como agente terapêutico.
A OSC foi crescendo e se multiplicando. Dificuldades são muitas, sendo uma organização sem fins lucrativos e sem experiência com captação de recursos. “Precisamos olhar para tudo isso como um projeto, e não apenas como uma paixão”, diz Mônica. Monica se declara maravilhada com a capacitação da CT. “Tem sido muito significativo, não consigo expressar o quanto já mudou minha mentalidade, através da capacitação tenho conseguido dividir melhor as tarefas e olhar para o projeto”. Hoje, mais de 100 praticantes participam da OSC, além dos grupos familiares que recebem apoio psicológico. O projeto começou com foco na parte neurológica, conta Mônica, mas atualmente a maior demanda é a emocional, atendendo crianças que vem da rede pública e têm algum transtorno de comportamento.
Alguém já disse que “o poder e a graça do cavalo são uma metáfora perfeita para a força e beleza que buscamos na vida”. É possível enxergar essa metáfora nesse espaço onde atua o Centro de Equoterapia Curralinho. Esse espaço vem sendo preenchido com muita garra, sonhos, e agora, também conhecimento para que a organização possa avançar por novos campos.
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